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AS LUZES DO MORRO

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Imagem Pixabay   ao longe o morro pontilhado de luz — lua de outono   as luzes do morro nas casas dos pobrezinhos — lua de outono   morna luz do sol — a cor inesquecível das folhas de abril Seishin

ÁGUAS DE OUTONO

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Imagem Pixabay   acaba-se o mês pelas biqueiras da casa — águas de outono Seishin

LUA NUBLADA...

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Teruko Oda e Seishin (arquivo pessoal) os passos de um bêbado quebram o silêncio da rua — a lua nublada   romeiros na estrada — também segue seu caminho lua de verão   no céu nublado da aldeia adormecida — lua desta noite   o tio enfermo — última lua de inverno nublada no céu   (Seishin)

A LUA, O LUAR...

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Seishin e Teruko Oda  (arquivo pessoal) Noite muito quente — Mas a lua que me abraça diz que é primavera.   Lua de verão — Um peão lustrando as botas na porta do rancho.   Cadeiras a leste na minha terra natal — Lua desta noite!   Vilarejo ao longe — Olhando bem as luzes brancas lua de inverno.   (“Janelas e tempo”, Teruko Oda. São Paulo: Escrituras Editora, 2003.)

INVERNO - Seishin

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  Imagem Pixabay muralhas de Ávila — sob o silêncio dos dias a neve... a neve...   gelado até os ossos — sereno e agradecido pulsa o coração   seu preço, antigo no bolso, esquecido — meu sobretudo      manhã opaca — o tracejo do voo da mosca de inverno   o roceiro segue após alegre bom-dia — caburé na porteira   dia de jejum — os brócolis sobre a mesa tão apetitosos   capital mineira — pra qualquer lado que se olhe ipês-roxos, rosas   hoje, cor-de-rosa a rua pobre em que moro — um, dois, três ipês   manhã de inverno — o voejar solitário da borboletinha   caminho do horto — apenas o ruído da queda da folha   solidão da ermida — pousado na velha cruz o pardal de inverno   painas ao vento — de repente me dou conta dos cabelos brancos   imóveis as sombras — ainda mais silenciosa a queda da paina   a tarde em declínio — o capim-flecha se curva ao menor dos ventos   quarto de hospi

OUTONO - Seishin

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  Imagem Pixabay a velha montanha — silhueta luminosa sob o céu de outono   águas de outono — querubins e virgens choram nos vitrais do templo   explosão de riso — de repente o papagaio a dizer um nome   ao ouvir seu canto quero também ser passarinho — azulão-da-serra    imensa quietude — sobre o lago de águas turvas apenas neblina   no espelho do lago a fazer pequenas ondas — a libelulinha   voo solitário — perde-se na cor do céu a arara azul   sanhaço-da-serra — pontinho azul saltitante na beira da estrada   saudade do menino que te queria em gaiola — canário-do-mato   pio do inhambu — ainda mais melancólica a estrada da infância   vale dos tapuias — inclina-se ao vento o caniço-d’água   quase audível a queda do orvalho sobre a relva   certa nostalgia à desfolha do salgueiro — eis que envelheço   ave solitária — nuvem branca de outono ao cair da tarde   na beira da mata conversa com o pôr do sol — sanhaço-de-fogo   dois cravos murchos sobre a lápide fria — fim de tarde   a casa enlut

VERÃO - Seishin

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  Imagem Pixabay outra vez janeiro — tem sido implacável o tempo digo pro espelho   umbral do mosteiro — recebem-me as dálias ao amanhecer   ao redor da chácara só mato alto e silêncio — estação chuvosa   incômoda auréola — o voejar dos mosquitos na minha cabeça   horizonte largo — o brilho da água-viva na beira da praia   longa estiagem — rompe a nuvem de poeira o mugir do gado   passeio a cavalo — o som do trote se perde no canto das cigarras   vento de verão — nas folhas da bananeira o som da cascata   as moscas no cão — com elas ou com ele dividir o pão?   velho hotel — a barata e o haijin dividem o quarto   velho e diabético o amigo inveja as formigas no bolo da festa   o bicho-preguiça no colo de um indiozinho — turistas atônitos   férias na fazenda — brinca com as anteninhas o serra-pau   chuva de granizo — de repente a orquestra sob outra batuta   cai, cai, tanajura!